Inegavelmente invisível

Vivo por ai

carregando sacos de poeira.

Inutilmente

subindo e descendo ladeira

com mundos pesados nas costas.

E os pés já gastos

gostam de levar

meu peso empoeirado,

aporrinhando,

só para gritar socorro

e absolutamente,

não surpreênde ninguém.

E continuo por ai,

estilhaçada e inegavelmente

invisível,

carregando sacos de poeira,

atravessando portas fechadas

para finalmente

chegar em cofres vazios.

Aninha viola