Vou seguindo

vou seguindo como Drummond

sem medo de tropeçar na pedra

vencendo do mundo a Quimera

com Augusto alinhavando ao compasso

tudo o que faço,

com a necessidade de ser fera, a idéia

tenho Vitor Hugo como platéia

miserável é sim, o insulto

que o cérebro inculto,

nos leva nesta Dantesca Odisséía

que nada tem de divina e muito de comédia.

quem sabe onde a rima se esconde

vai beber direto na fonte

e não se perde na métrica

essa sim seria a maior tragédia

minha musa não mora em Pasárgada

muito menos descansa em mornas águas

e se nossas palmeiras

não se assemelham com as de lá

convoco Castro Alves e Gonçalves

a cantarem a beleza deste lugar

que fique aos puristas o trabalho

de buscar no vernáculo

destes paupérrimos vocábulos,

que de horror se mostram em espetáculo,

o sentido, que, em si, não é nulo.

De Lusiadas a Bilac num só pulo

como disse Caeiro em Pessoa

mais vale o que não se pensa,

pois quem diz que pensa o faz à toa

e busco conquistar a recompensa

transpondo da ignorância o muro

a cada sentença, com inovação,

inspiração nos clássicos sempre procuro.

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Poeta Fernandes
Enviado por Poeta Fernandes em 22/12/2009
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