A musica é Divina.

Tum, tum, tum... Batem a porta,

vou atender, quem vejo.

Minha alma em desejo,

com uma harpa nas mãos.

Convido-a a entrar,

mas, isso não procede.

O convite é banal

e desfaz-se o musical,

que inseguro e frio, emudece.

Não haverá mais sarau.

Meu violão quebrou a corda.

Nada mais importa.

Ninguém se incomoda.

Sarau, dueto, concerto, enfim,

uma voz sofrida e indesejada,

Ocupa o espaço e a realidade,

bem mais que sua maldade,

Induzindo-a a calar-se frustrada,

implorando que toque e cante,

em coro, diminutas, oitavas e bemóis.

Seja onde for, nas luas, ou nos sois,

para que todos se espantem

e em segredos decifrem,

que a musica é Divina, por quem a inventou.

Mas, fui eu quem a resgatou.

Para como um louco e desvairado, tocar e cantar.