URBES

Empenhado num verso-eu

Estou disperso de novo

Na incerteza de ser co-Deus

E imperar sobre o Todo

Povo heleno e Mar Egeu

Caminhava no sonho

Estivera perdido

Em desertos de pedra

Me tornara invencível

Como espinhos e eras

Ouço passos

Vejo vultos

É o cansaço

Rôo o osso

Como um gomo

De bagaço

Só não morre quem já viveu

Sua vida eterna

Desconfie do deus ateu

Da poesia etérea

Se arde a vida

Tome dose

De cachaça

Passa nuvem

Passa vida

Fome-passa

A imagem dos lobos

Com sangue humano na cara

Aterroriza meus lobos

Acerebrais e a fala

A mulher versus

O homem

Dá rebentos

Então urbes

Vão crescente

Urubus sendo

Ouço gritos

Rôo as unhas

É o nonsense

E grunhindo

Pelas ruas

Bicho-gente

Caco Nemer
Enviado por Caco Nemer em 26/05/2005
Código do texto: T19972