URBES
Empenhado num verso-eu
Estou disperso de novo
Na incerteza de ser co-Deus
E imperar sobre o Todo
Povo heleno e Mar Egeu
Caminhava no sonho
Estivera perdido
Em desertos de pedra
Me tornara invencível
Como espinhos e eras
Ouço passos
Vejo vultos
É o cansaço
Rôo o osso
Como um gomo
De bagaço
Só não morre quem já viveu
Sua vida eterna
Desconfie do deus ateu
Da poesia etérea
Se arde a vida
Tome dose
De cachaça
Passa nuvem
Passa vida
Fome-passa
A imagem dos lobos
Com sangue humano na cara
Aterroriza meus lobos
Acerebrais e a fala
A mulher versus
O homem
Dá rebentos
Então urbes
Vão crescente
Urubus sendo
Ouço gritos
Rôo as unhas
É o nonsense
E grunhindo
Pelas ruas
Bicho-gente