MEU EU
Procurei em lugares
Que nem pude imaginar,
E perguntei a professores
Que não souberam me explicar.
Procurei prostitutas
Que não puderam me acalentar;
Indaguiei à alquimistas,
Que só souberam divagar.
Cansei-me então de procurar...
Cai em sortilégios,
E tudo foi de encantar.
Viajei por vários mundos,
Depois me pus a chorar.
Perguntei às ciganas,
Estudei até cabala,
Contratei várias bruxas,
E meditei sobre a mandala.
Cansei-me de indagar...
Desvendei a alquimia,
Segredos e bruxaria,
E tudo que neles havia;
Sem temor, eu insistia...
Dormindo em desvãos,
Procurei religiões,
Bispos, padres, pagãos...
Puras ilusões!
Cansei-me de desvendar...
Pesquisei sobre o universo,
E tudo que nele há;
No entanto só me espanto,
Pois respostas certas não há.
Pesquisei então o mundo,
Numa utopia sem par;
E de ir tão a fundo
Descobri que o mundo, pode acabar.
Cansei-me de pesquisar...
Morei com os anjos no paraíso,
Angelicais visões de minha vida,
Mas não achei a resposta disso,
Apenas, cicatrizei minha ferida.
Doei tudo que era meu,
Morando na rua ensanguentado,
E a ganância me doeu,
Fiquei desmoralizado.
Cansei-me então de chorar...
Quando o raio de sol me queimava,
E a pele ressecava,
Descobri que o amava,
Mas no entanto agonizava.
Destrui todas minhas escrituras,
Ninguém podia imaginar,
Que todas aquelas palavras
Podiam se queimar.
Cansei-me de aniqüilar...
Deitei-me sobre um pasto,
Onde sombra não havia,
E, no entanto, o meu dorso
Sobre o chão só doia.
Sonhei com um pouco d'água,
Para novamente sobreviver,
Doce, fresca, molhada...
Que apenas eu pudesse beber.
Cansei-me de sonhar...
Encontrei, então a resposta;
E pude me acalentar,
A morte ao meu pé estava,
E minha vida por findar.
Deitei-me em seu regaço
E pus-me a soluçar,
Descobri de certo modo
Que sempre pude te encontrar...
Deus, sempre soube te achar!!!
Borny
1995-c950411732