O que não sei

As vezes penso em falar

poesias doces e etéreas.

As vezes acho que sei de tudo.

As vezes percebo que nada sei.

Porém, as vezes,

são tantas as lembranças,

de sonhos, de fadas

de um universo tamanho

de poetas e de estranhos

seres abissais.

As vezes sonho com o nada.

E as vezes vejo tudo passar

pelas entranhas,

pelo paladar,

pelo olhar de quem ama.

Pelas praias vazias

de areias mornas,

nas canções que divagam

sem nada dizer.

Nos emblemas distantes,

coloridos,

perdidos no alto

de um mastro erguido.

As vezes pergunto-me

se estou mesmo aqui,

ou se somente às vezes,

pertenço aos lugares

por onde vivi.

Marcia Barroca
Enviado por Marcia Barroca em 24/07/2006
Código do texto: T200726