O que não sei
As vezes penso em falar
poesias doces e etéreas.
As vezes acho que sei de tudo.
As vezes percebo que nada sei.
Porém, as vezes,
são tantas as lembranças,
de sonhos, de fadas
de um universo tamanho
de poetas e de estranhos
seres abissais.
As vezes sonho com o nada.
E as vezes vejo tudo passar
pelas entranhas,
pelo paladar,
pelo olhar de quem ama.
Pelas praias vazias
de areias mornas,
nas canções que divagam
sem nada dizer.
Nos emblemas distantes,
coloridos,
perdidos no alto
de um mastro erguido.
As vezes pergunto-me
se estou mesmo aqui,
ou se somente às vezes,
pertenço aos lugares
por onde vivi.