Volta...

Angélica T. Almstadter

Lembra dos nossos olhos colados, calados?

As janelas da minh´alma expostas, compostas?

Teus olhares breves, enfiados nos meus,

Como carícias leves, antes do adeus.

Ah! Quantas tardes tivemos mansas,

Sorrindo sem alardes, felizes crianças;

Mãos dadas em segredo, sem medo,

E nos despedimos tão cedo, com medo...

...Gotejam lentos os ponteiros, como de costume,

Meus lamentos seresteiros, preitos de ciúme,

Ancorados no leito de saudade, em muda espera;

Contornando a ansiedade, que febril, não pondera

Me fecho como um feto, bicho aturdido,

Revirando em secreto, meu grito mordido.

Por aquela porta aberta; me surpreenda,

Põe na minha boca incerta, a tua oferenda.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 27/05/2005
Código do texto: T20136
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.