Volta...
Angélica T. Almstadter
Lembra dos nossos olhos colados, calados?
As janelas da minh´alma expostas, compostas?
Teus olhares breves, enfiados nos meus,
Como carícias leves, antes do adeus.
Ah! Quantas tardes tivemos mansas,
Sorrindo sem alardes, felizes crianças;
Mãos dadas em segredo, sem medo,
E nos despedimos tão cedo, com medo...
...Gotejam lentos os ponteiros, como de costume,
Meus lamentos seresteiros, preitos de ciúme,
Ancorados no leito de saudade, em muda espera;
Contornando a ansiedade, que febril, não pondera
Me fecho como um feto, bicho aturdido,
Revirando em secreto, meu grito mordido.
Por aquela porta aberta; me surpreenda,
Põe na minha boca incerta, a tua oferenda.