Poetar...

Do meu poetar cansado

Sobraram palavras tantas

Silêncios outros que não me cabiam

Um olhar desgastado

Crises tamanhas

E sorrisos que desafinam

Além do horizonte sem cortinas

Além do que pode alcançar meu olhar

Um fio de esperança escorre

Emoldurando na tarde das retinas

Algum verso a vagar

Pela noite que no dia morre

E das gotas peroladas

Encharcadas do teu olhar

A minha saudade adoeceu

Rasguei nos lábios as madrugadas

Aportada no teu alegre bocejar

Um sonho que feneceu

Aposentei no baú as palavras

Metros de ilusões quebradas

Pra olhar simplesmente para o nada

Deserta sobre essas brasas

Nas horas desalentadas

Onde se perpetua o nada

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 27/05/2005
Código do texto: T20152
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.