Devaneios

Tenho uma mente perturbada,

absurdamente incontrastada, desesperada,

e sempre ponho no papel as asneiras que

[sou

penso.

Não busco o inatingível

nem prezo pelo consagrado.

Nunca idolatrei o sacro

[posto que profano à razão],

mas ainda assim rezo pela minha alma

como um mendigo desesperado pela carne.

Não creio em símbolos,

apenas em mim mesmo

[egoísta que sou,

Desbravador de meus próprios sentimentos;

pobres e mansos alentos

de uma mente

- eternamente

perturbada.

Fernando em Pessoa
Enviado por Fernando em Pessoa em 07/01/2010
Código do texto: T2017203
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