Para uma amiga
A minha fuga também é antiga
Não há promessas que já não fiz
Inclusive a de ser feliz
Nem você que é minha amiga
Sabe dessas minhas doses obsessivas
De crises asmáticas, neuras e medos
Tenho crises permissivas
E espalho meus segredos
Não, amiga, já pedi para o mundo parar
E dele tentei descer um porção de vezes
São tantos os meus reveses
Que nem sei mais contabilizar
Se o teu ego não te escuta, conforme-se comigo
O meu coração é um teimoso
Minh´alma, por ser livre, me sufoca
Quanto mais fujo, mais ela me evoca
Vivo em crise, em eterno perigo
Entre a guerra e o idílio amoroso
Entre a vida e a morte
Alguns me julgam uma forte
Mas sou frágil como um filhote
E quanto mais me aperta esse garrote
Mais me sobe o pavor
Vivo ou morro nessa UTI
Hipertensa de amor
E ele nem aí...