Para uma amiga

A minha fuga também é antiga

Não há promessas que já não fiz

Inclusive a de ser feliz

Nem você que é minha amiga

Sabe dessas minhas doses obsessivas

De crises asmáticas, neuras e medos

Tenho crises permissivas

E espalho meus segredos

Não, amiga, já pedi para o mundo parar

E dele tentei descer um porção de vezes

São tantos os meus reveses

Que nem sei mais contabilizar

Se o teu ego não te escuta, conforme-se comigo

O meu coração é um teimoso

Minh´alma, por ser livre, me sufoca

Quanto mais fujo, mais ela me evoca

Vivo em crise, em eterno perigo

Entre a guerra e o idílio amoroso

Entre a vida e a morte

Alguns me julgam uma forte

Mas sou frágil como um filhote

E quanto mais me aperta esse garrote

Mais me sobe o pavor

Vivo ou morro nessa UTI

Hipertensa de amor

E ele nem aí...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 27/05/2005
Código do texto: T20176
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