Hebreu II

Tu, oh filho de David, que és fonte

De águas vivas, videira de doce néctar,

Sopro de vida nos jardins e no monte,

Arrebatastes meu coração de âmbar.

Tu, que és do Líbano cedro altivo,

Alvo como as colunas de puro marfim,

Amo e senhor que te quero cativo,

Não desvias teus olhares de mim,

Da tua língua destilas puro mel,

E dos teus lábios de romã partida,

Ampara e edifica meu broquel.

Oh! venturoso hebreu, me convida.

Já despi a túnica me banhei em leite,

Nos teus olhares, sou pérola de colar.

Oh !hebreu se apresse e me aceite,

De corolas abertas sou um nenúfar.

Amado meu, que pastoreias entre os lírios,

Segue a liteira noturna, rompe as portas de Sião,

Apascenta minh´alma que de delírios,

Anda vagando na imensidão.

Te busquei, amado da minha alma,

Rodeando cidades, ruas e praças.

Na recâmara que me concebeu sem calma,

Entalhei de pedrarias as minhas taças,

T´espero amado, com os cabelos orvalhados,

Ondeantes como de Gileade o rebanho,

Nos meus seios que te tenho preparados

Gotejando aromáticas flores do banho

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 27/05/2005
Código do texto: T20180
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