RECOMEÇOS...

RECOMEÇOS

Andei sob nuvens espessas

Absurdamente espessas

Que se projetavam

E, a qualquer momento.

Poderiam desabar sobre mim

Fiquei perdido

Confuso, sem rumo.

Sem novos caminhos

Para ir, pra seguir.

E sem velhas estradas

Por onde e pra onde voltar

Deixei pensamentos tortos

Atormentarem e confundirem

O meu amanhecer

Usei palavras em desalinho

Com o meu conteúdo

Sem discernir

Contudo

E, sobretudo

Avaliar

Gestos, atitudes

Ações, por vir, por surgir.

E, recluso num quarto de hotel.

Formatei

Projetos sem luz

Onde o que me cobria

Era um negro véu

Mas, na madrugada.

Onde a mente inquieta, cansada,

Calou-se, aquietou-se.

E num MILAGRE

Deixou surgir o MILAGRE

Em si que habita em nos

Porque somos

E fazemos o nosso

Próprio MILAGRE

Na concepção de DEUS

E, renasci

E, ressurgir

Hoje, tenho novos e belos.

Projetos de vida

Deixei que tudo se perdesse

Onde ficaram perdidos

Deixei que o que estava calado

Permanecesse sem voz

Deixei que a ausência

Permanecesse distante

Sem nenhum som ressonante

Deixei que o vazio

Permanecesse com seus espaços ocos

Sem nada

Destravei as portas

Deixei o tempo no seu próprio tempo

Mostrasse-me a hora de recomeçar

E, com braçadas livres.

No mar, no ar.

Recomecei

Reiniciei

O meu novo, intenso,

Belo, completo e.

Feliz caminhar...

JORGE BRITTO
Enviado por JORGE BRITTO em 08/01/2010
Código do texto: T2018830
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