Verso Dezessete

Dezessete, a parideira

Em mês oito, ano oitenta

Com mais dois, barriga agüenta

Nessa hora derradeira.

Espreguiça-se roceira...

Pela dor, respira e tenta.

Ora chove, ora venta

Nessa trova cancioneira.

Inesperada maneira

Que há de vir de onde inventa,

Que em estar se faz contenta

Nessa cama verdadeira.

Pela noite enganadeira

Qual surgiu lembrança lenta

Que se arrasta e se alimenta,

Que se alastra e aumenta

Nessa paz tão sorrateira.

Bento Verissimo
Enviado por Bento Verissimo em 09/01/2010
Código do texto: T2020063
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