Um ou Outro

(Alex Louzada)

Depois de várias topadas, pode ser que venham outras tantas

Depois da encruzilhada, poderá haver Terra Santa

Depois da grande jornada, nem sempre a recompensa é tamanha.

Pode ser que hoje sejas o dono do ouro e que amanhã nem consiga carona

Depois da grande abonança, em vez de tempestade copo d’agua

Depois de tantas frustrações, quem te dera ter direito a prata

Com o zoológico rugindo no bolso, é lógico que atraí a nata

Transformas os sonhos reais em Deus, carro, dinheiro, gatas e casas.

Depois da tempestade com certeza, refletir é a melhor arma

Com a mesma arma que atiro em você, essa mesmo me abala

Depois da grande cruzada, a fé pode ser endereçada

Mas também poderá essa fé, ao avesso amaldiçoar tua casa

Não digo o que irá ser finito, inimigo, amigo ou nada

O infinito que procuras, vejo na lua de prata

Se isso não for paraíso, é o lado ruim das fadas

Se isso não for ternura, são as águas que deságuam.

Eu vejo tudo em você, sobre aquilo que me falta

Faço do lixo do teu quintal, o luxo que ainda me falta

Sonhos, pesadelos, realidade e a mais louca loucura impregnada

Depois da doença a cura e muitas vezes a cândura passa

Se não for para sentir teus sentidos, ao menos, não me desiluda agora

Ou deixe as fadas de lado, para que eu possa mexer no caldeirão das bruxas outrora

O que eu haverei de encontrar, nas luzes do despertar das sombras

Um ou outro, desabrigo ou lar, fraquezas x forças

Tudo isso num só lugar, no espírito que meu corpo aprisiona