Nem toda música,...

Nem toda música,

Nem todos os sons,

Nem todas as vozes,

Tampouco o silêncio da noite sem estrelas,

O vazio, do vazio, oco, vazio,

A mais difusa sensação,

Ou mesmo a insensatez humana,

A rebeldia do prazer será sempre

O néctar a deleitar nos teus fartos seios,

Nos lábios íntimos do teu sexo,

Na tua língua sedutora,

No capricho do teu beijo,

No afago do teu corpo,

Submerso nessa torrente de carinho

Que me tens, que te tenho,

O tesão imensurável que me perturba

Que me alucina a todo instante

Que busca no olhar cúmplice,

Os momentos de podes me proporcionar,

O deleite consubstancial de teu fogo,

Ardendo em minhas mãos a cada segundo,

Fazendo explodir em pleno gozo

Pelo gozo, no gozo do prazer contínuo,

Ah! Como me brilham os olhos,

Raios, relâmpagos & trovões,

Rodopiando nessa tempestade de prazer

No absoluto do teu corpo.

Ah! O que nos falta?

Talvez o tempo de ter tempo,

Para saborear o tempo que

Nem passamos juntos,

Junto a aqueles que nos detém,

Sem deter a mínima razão de tanto desejo.

Ainda sinto o teu cheiro

Impregnado nas minhas narinas,

Ainda sinto o volume da tua volúpia

Entre os meus dedos,

Ainda sinto sua boca buscando o meu sexo,

A minha boca sugando o teu seio,

O teu corpo colado, suando o meu suor,

Com o calor de nossos desejos,

Cada vez mais florescendo,

E florescendo, preenchendo lacunas,

Talvez nunca navegadas.

O meu perfume já é o seu,

O teu mistura exata como meu,

E quase não temos hora

Para contar nossos mais absolutos desejos,

Quase não temos hora,

Pois cada segundo é precioso

E nada pode ser perdido.

O que nós deixamos para trás?

Onde nós não acertamos?

Peixão89

Desabafos - 1999-2000

Peixão
Enviado por Peixão em 10/01/2010
Código do texto: T2021913
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