Adeus em Cena
Quis certa feita, o cabo ser enxada
Corveta ser fragata,
Eu, aristocrata.
Quis o pincel ser tela,
Avenida, aquarela
A bela ser a fera.
Quis o piano ser desgosto
O barítono, alvoroço
Meu princípio, o teu moço.
No mundo da planta preta,
Tece o porto, afago da peia
O recôndito supro, a meia.
Nossa idade que nos furte a alma
Nem que seja,
Equinócio em dobra calma.
Que nos clama,
Que nos cita,
Que nos possibilita
(no minério da barca)
Sair de cena.