Devoro a forma e a desconheço...

Ouço o arfar, Jack, ígneo e imperfeito,

A exprimir latente, na secura da língua,

A idéia fresca, persistente e ambígua,

A despertar-me um sentido já putrefeito.

Ah! Mas que me resta, se não da morte,

Aguardar o romper do gemido etéreo?

Condizente com meu voto, atual, funéreo.

Querer-te é o acaso! Alcançar-te é sorte...

Eu finquei meu pobre coração num ramo,

Para calar da alma minha intensa fome,

Para que me perca, quando na noite clamo.

Porque a moléstia aos meus ossos come,

Vivo na angustia interna, na qual te amo.

Morro no verso, sem conhecer teu nome.

Myrna RRP
Enviado por Myrna RRP em 26/07/2006
Código do texto: T202793