Hiatos
No vão das palavras sobraram hiatos
Espaços muitos...e mal resolvidos
E eu... um tiro no escuro
Segredos dos passos...dos fatos
Emoção que perde os sentidos
Estancados diante de um muro
A vida vivida em segunda mão
O amor jamais colhido em cachos
Margeado sim, em pista solitária.
Pura demência de uma carência
Que por não explodir...implode
E sangra em vala temporária
Meu prazer experimentado num refrão
Abusa das fases do teu silêncio cego
Dobras do inacessível
A tecer loas com o coração
Mil angústias tenho, não nego
Sou amor bandido, inadmissível
Hiatos para esse amor descarado
Grande demais para esconder
Desmoronando em linhas incontidas
Pode até morrer desbotado
E nada...nunca receber
Durante muitas vidas...