Hiatos

No vão das palavras sobraram hiatos

Espaços muitos...e mal resolvidos

E eu... um tiro no escuro

Segredos dos passos...dos fatos

Emoção que perde os sentidos

Estancados diante de um muro

A vida vivida em segunda mão

O amor jamais colhido em cachos

Margeado sim, em pista solitária.

Pura demência de uma carência

Que por não explodir...implode

E sangra em vala temporária

Meu prazer experimentado num refrão

Abusa das fases do teu silêncio cego

Dobras do inacessível

A tecer loas com o coração

Mil angústias tenho, não nego

Sou amor bandido, inadmissível

Hiatos para esse amor descarado

Grande demais para esconder

Desmoronando em linhas incontidas

Pode até morrer desbotado

E nada...nunca receber

Durante muitas vidas...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 28/05/2005
Código do texto: T20293
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