BORBOLETA AZUL

 
Um lindo galho de cerejeira...
Num alvéolo de seda submergida,
estou em época de espera
aguardando o tempo da metamorfose
onde haverá a precisa transmutação.
Na virada certa do tempo
em adequada temporada,
uma pobre lagarta
não mais rastejará lento.
Ao se concluir todo o ciclo
desabrocharei deste meu casulo
abrirei minhas asas multicoloridas,
bordadas em ouro e prata
e alcançarei a liberdade tão desejada!
 
Planarei pelos ares, avistando toda beleza
das maravilhas da natureza.
Pousarei em jardins floridos
e sorverei da flor que se abre
todo o frescor do encanto,
absorvendo o néctar da vida.
 
Viajarei esvoaçante por todos os cantos
até alcançar os sonhos desfolhados
e em minh'asas os verem abrigados,
resguardados da existência passageira.
Liberta estou...
Seguindo vou...
Espargindo o prazer do que ora sou...
 
Não mais humana, imperfeita
e de desilusões afeita...
Sou uma borboleta azulada
voejando com a alma impregnada
de magia, mistérios e alegria.
Livre...
Faceira...
Feiticeira...

 
26/07/2006
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 27/07/2006
Reeditado em 12/06/2011
Código do texto: T203235