OCEANO DOS ANJOS

No espaço que há entre o céu e a terra existe um vão, e a imaginação percorre por vago caminho até encontrar um anjo ferido...

Anjo vagabundo...

Anjo triste e amargurado que morreu com as asas quebradas

Não pôde ficar sozinho e voa junto aos pássaros

Não pôde ir para o mar, e nadou na fonte cristalina das nuvens carregadas...

Precisou pensar um pouco, e sozinho descobriu que se pode ter muitas coisas

E muita coisa não precisa ter...

Disseram que o mar havia secado e foi lá verificar

Viu que o mar é enorme e as águas que lá possui são infinitas

Mas não é impossível que o sequem,

Não é impossível que morra de sede

E sabe do mais, não podemos esperar...

Um dia água será como ouro e

Somente os poderosos e ricos poderão matar a sua sede...

Apesar do mar ser salgado

Apesar de que somente a água doce nos sirva

Veremos o que pode acontecer

E tomara que não aconteça o pior, pois

Nossos olhos não poderão enxergar o clarão da seca

Nossas gargantas serão um deserto

O oceano estará morto e os Anjos chorarão.

Júnio Dâmaso
Enviado por Júnio Dâmaso em 27/07/2006
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