Não tente entender...
Tu já contastes as estrelas do céu?
Já medistes as águas dos oceanos?
Assim é o meu bem querer
Não tem tamanho nem véu
Está entregue e sem planos
Mesmo que não saibas o que fazer
O tens como oferta única e intransferível
Não me perguntes, nem tente entender
Meu coração, meu vulcão
Para ele tudo é possível
Até o inimaginável
Me guardo no meu porão
De ilusões perdidas
Me escondendo da paixão invejável
Que te arranca tantos suspiros
Fio as minhas horas e segundos
Em tramas bem medidas
Não terás minhas visitas
Nem minhas falas roucas
Apenas um querer profundo
Que há de se calar
Diluir-se em falas poucas
Consumir-se em lágrimas fugidias
No vagar das noites
No silêncio dos meus pesares
Dos meu poetares
Não procure entender
Razões que só cabem na alma
De uma mulher
Que sabe o que quer
E porque quer
E quando invadida sem trauma
Prepara o leito
Se banha e se perfuma com calma
Aquece no peito
O amor que acalenta
E aguarda amorosa
Não pelo amor que não vai chegar
Pelo sonho que alimenta