Medo de mim, amanhã..

Medo de mim, amanhã...

Não que eu tema, mas os semáforos estão fechados

Os muros já foram erguidos, já recolheram as pontes.

A fantasia há muito não mora mais nos olhos dos homens

Sonhar? Já não me atreveria.

Não que eu tema, o temor também se fez inútil e

a vida prossegue apesar de tudo, e sem condolências

as preces todas parecem presas por reticências

e os dias nascem por pura insistência,

os anjos dormem no azul longínquo da inocência

a cobrar-nos o despertar da consciência

E por ser ausente, torno-me cúmplice, ainda sem intuito

Não posso dizer o que sinto,

E nem ao menos sinto muito.

Tonho França.

Tonho França
Enviado por Tonho França em 27/07/2006
Código do texto: T203482