Primeiro amor

O primeiro eterno beijo

O mais apaixonado e quente

A descoberta da doída saudade

Que morre no apertado abraço

Amor temperado de orgulho e vaidade

Juras de amor e fidelidade

Dor em duplicidade

Um amor, quase uma doença,

Uma loucura que beija

O estalar dos nossos corpos

E o vai e vem de emoções

Um amor de erros e enganos

Acertos e recomeços

De sufocos e complicações

Cartas apaixonadas

Despedidas demoradas

No silêncio da noite

Tardes eternas

De risos e beijos

Noites cheias

De estrelas e músicas no ar

A paixão um dia fugiu

O amor tomou a versão

De nossas imperfeições

Separam-se os corações

E se partem as ilusões

Tantas flores despetaladas

Quantas fotos rasgadas

Quantas mágoas desaguadas

Em nossos lençóis

A saudade deixou de ser dor

Transformou-se em liberdade

A vida tomou outra cor

Foi-se o primeiro amor

Cada um no seu universo

Sem amor, com o coração disperso,

Com a lembrança sem prantos

E restou o último verso

Dos nossos bons momentos

A emoção acabou

Restou apenas boa educação

Sem gosto, sem rancor,

Ah foi apenas paixão...

Apenas o primeiro amor

Daniel Pinheiro Lima Couto

17/07/06