Faça Valer!

O juncado a lhe cobrir a testa

A emanada luz dos raios nobres

O firmamento a lhe garantir a fresta

A ambigüidade a não nos soltar pobres

O circo e o pão que nos rege nesta

Faça valer cada grão de milho desperdiçado...

Faça valer, faça valer!

O velejado mar de alma de areia cinzenta

A verossimilhança fincada em nós

A areia cinzenta do mar que venta

A feia cara dos sóis, enlameadas de pós

Um pôr do sol que de vaidade aventa

Faça valer cada louro centavo empregado...

Faça valer, faça valer!

Faça valer os postes a iluminar pensamentos

As coisas da vida, intempestivos sentimentos

Os pensamentos que os postes alumiam com os ventos

O cavalo no campo, a vitória amazônica, atentos

No vão fugidio das horas, nos quedes momentos

Os poetas de passagem pela história, teus alentos...

Faça valer, faça valer!

Make it count, como rezam americanos

Soltas feras que digladiamos, nos panos

Faça valer o furo da espora, o doce da amora

O amargo do doce, a prece da hora

Faça valer o tédio, ao toque da espora

A beleza cimentada em teu rosto, o almoço

O sono, o poetizar, até o osso...

Faça valer, faça valer!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 29/07/2006
Reeditado em 29/07/2006
Código do texto: T204459
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