Anjo

Era uma música suave,

suave como os bons sonhos que acontecem.

Do hálito perfumado das flores entrelaçadas,

vertia um doce licor de almas apaixonadas!

E me embriaguei e rodei, rodei na dança!

E voei, voei nas asas de um anjo que passava,

distraído pelo olhares de ternura, embevecido!

Percebi a luz, lânguida luz luzente de dentes em sorriso...

Fiquei alí, flutuando, embalada em braços de carinho,

aconchegada e sem querer, solta.

Enternecida em tantos abraços como se fossem ninhos...

E estavam todos ao meu redor!

Eu, enrodilhada na trama de tantos afetos.

Entre muitos e ao mesmo tempo, sózinha...

Anjos também passam e levam em seus braços alados,

nossos suspiros e amores inacabados!

E assim voltamos e retomamos os passos,

de buscar na melodia da vida,

o que ainda não foi encontrado.