O OUTRO LADO DA LUA

O eixo de aversão me embala

E me separa como o joio do trigo

A verdade disfarçada de crime

E a culpa é quase um vício.

O consolo, o desamparo

A mentira,um alívio

A injustiça é quase cega

E toda a possiblidade é o impossível.

O excesso de ordem que pertuba

O bem inerte não é mais tão bom amigo

Na ausência o caos presente

E a desesperança é quase um vício.

De um lado a amplidão

Que varre a sujeira da rua

E a luz-própria das estrelas

Revela o lado obscuro da lua.

De um lado a imensidão

O que falta, um pouco mais

Todos os absurdos normais

Todos os lados parecem iguais.

Sob luzes fluorescentes

O silêncio , um alívio

Nos protegem de nós mesmos

E a indiferença é quase um vício.

Franciane Cruz
Enviado por Franciane Cruz em 29/07/2006
Reeditado em 23/05/2009
Código do texto: T204588
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