O OUTRO LADO DA LUA
O eixo de aversão me embala
E me separa como o joio do trigo
A verdade disfarçada de crime
E a culpa é quase um vício.
O consolo, o desamparo
A mentira,um alívio
A injustiça é quase cega
E toda a possiblidade é o impossível.
O excesso de ordem que pertuba
O bem inerte não é mais tão bom amigo
Na ausência o caos presente
E a desesperança é quase um vício.
De um lado a amplidão
Que varre a sujeira da rua
E a luz-própria das estrelas
Revela o lado obscuro da lua.
De um lado a imensidão
O que falta, um pouco mais
Todos os absurdos normais
Todos os lados parecem iguais.
Sob luzes fluorescentes
O silêncio , um alívio
Nos protegem de nós mesmos
E a indiferença é quase um vício.