A Casa abandonada V Irmãos

Do mesmo sangue.

Do Cipriota, do Holandês,

Porquê tantos porquês.

Eu acho que irmãos é da mesma gema,

Embora o ovo seja Universal. Sabe-se que somos diferentes,

Mas mais iguais.

A casa que todos vão abandonando,

Era igual, minha irmã loira,

Como a casa amarela, agora são vivendas,

Vidas mais ricas e não tão cheias.

Vamos largando a memória como se fosse passado,

Sabendo que no nosso coração cresce, a saudade.

Deixamos lá os irmãos, já os pais somos nós. Os filhos,

É diferente, é um desafio.

Os irmãos são os pilares, o que fica no nosso lado,

Que obedecemos ao amor, da nossa igualha.

Não é um amor vertical, é paralelo, não convergente.

Nos nossos retratos, o nosso jornal de parede,

Da felicidade paralela, pungente.

O judeu é diferente, talvez não olhe o espelho a quente,

E só saiba a casa sacral, sem mundo mundano.

Posso estar irreverente, porque sei que necessariamente

O mundo é igual, embora não o diga também o capital.

Irmãos, não é uma ideia,

Reparem que vem daquela antiga casa comum,

Embora só lá vá buscar o retrato em família,

Tem tanta coisa naquela casa que não é sequer

A mobília, nem sequer a vista da janela,

Mais ainda que sangue,

a igualdade, em corpo,

um, dois, três, quatro

todos tão importantes,

irmãos.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 30/07/2006
Reeditado em 30/07/2006
Código do texto: T205136