Não sei

Não sei

Não seu porque sinto.

Não sei porque penso.

Não sei se sinto ou penso.

Sinto ou penso?

Talvez, como relâmpago,

Bate dentro do meu ser extravagante

O sentimento mais mesquinho

E mais desonesto – em fachadas de luz –

Vibrando lentamente

A rapidez da escuridão.

Pronto1 Fechou-se!

Acabou!

O dia está claro,

As idéias estão claras

Você está clareando à medida

Que o sol se levanta.

Passou. Que bom!

Não sei se rio.

Não sei se choro.

Rio ou choro?

Estou com vontade de embebedar

Seu beijo e molha-lo

-lavando o sujo da sua imundície –

para dentro do meu ser vulgar

em desespero

totalmente embriagado

pelo veneno de seus olhos

sanguinários

pórticos

falsos.

(1990)

Luh Oliveira
Enviado por Luh Oliveira em 30/07/2006
Código do texto: T205631
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