Não sei
Não sei
Não seu porque sinto.
Não sei porque penso.
Não sei se sinto ou penso.
Sinto ou penso?
Talvez, como relâmpago,
Bate dentro do meu ser extravagante
O sentimento mais mesquinho
E mais desonesto – em fachadas de luz –
Vibrando lentamente
A rapidez da escuridão.
Pronto1 Fechou-se!
Acabou!
O dia está claro,
As idéias estão claras
Você está clareando à medida
Que o sol se levanta.
Passou. Que bom!
Não sei se rio.
Não sei se choro.
Rio ou choro?
Estou com vontade de embebedar
Seu beijo e molha-lo
-lavando o sujo da sua imundície –
para dentro do meu ser vulgar
em desespero
totalmente embriagado
pelo veneno de seus olhos
sanguinários
pórticos
falsos.
(1990)