Ode de despedida

Não devo mais te ver!

Não posso mais te ter!

Não quero teus abrolhos na minha alma!

Teus olhos me são infernos floridos...

Versejando eu vou sem rumo, sem pressa...

Quero apenas partir!...

Não quero mais te ouvir!

Não faças promessas!

Não cumprir-las é botar mil murros em mim...

Tuas sombras não deixam o sol bater

Nos meus jardins que fenecem aos poucos

Mata-me de uma vez!

De nada me importa

Que falas, que sentes...

Estar contigo é andar por sobre as nuvens

E não poder ver brilhar o formoso sol

Que se esconde além dos teus horizontes

Minha libertação!...

Minha alma quer ficar

A razão não perdoa

Vou me repartindo e partindo nos versos

Infelizes entoados numa canção

Nas rubras pétalas espalhadas no chão

A fria despedida...

Quero um sol para mim!

Sol somente meu!

Quero prados verdejantes, céus celestes

Amores gritantes e não uma amante

Repleta de pesares e de tristezas

Nada vê além de si!

Por que flor? Por que tens

Tanto espinho em ti?

Nas alíneas desta ode que lhe é cantada

A rubra lágrima escorre pela face

Derrubando por terra meu disfarce

Morro no teu olhar!

No olhar de piedade

Ó grande infortuna!

Portanto não quero mais te ver sorrindo!

Pois isso me deixa noites sem dormir

Sem querer acordar, sem querer descansar...

Só desejo partir...

Mesmo sangrando vou...

Mesmo manchado vou...

Eu vou pela primeira vez cuidar de mim

Eu vou pela primeira vez lembrar de mim

Eu vou pela primeira vez gostar de mim

Hei de me despedir...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 28/01/2010
Código do texto: T2056918
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