A M O R

Amo tanto, amo tanto,
que eu mesmo até me espanto
deste amor sem contracanto,
que me faz rolar o pranto
se eu deito ou me levanto
e, que apesar do entretanto,
enche-me a vida, é encanto,
só por ele sobrevivo.

Que me importa, que me importa,
se não sou correspondido?
Digo sempre, tenho dito,
que o amor a si se basta,
ultrapassa às leis do tempo,
às louvações e castigos.