The End

No início da noite dos tempos, o artista

abre as cortinas do pensamento,

e cavalga em suas patas de fogo

sobre o miúdo universo em caos.

O espaço todo transita sua essência

na gota de água esquecida numa

pétala vermelha de sempre-viva.

O artista expele a aurora

como um eu que extravasou em silêncio.

Suave, comedida, ao longo das pernas,

no afago suave de uma brisa delgada,

Escorrem querências.

E, o sol com sua doce língua,

acaricia o horizonte ali revelado.

Sob a obra, uma lacuna abissal.

Moedas espalhadas pela calçada,

caminhos e efluentes distintos.

Formigas aladas devoradoras de medo

e dragões famintos ladrões do tempo

rasgam a tinta da boa vontade.

Mas, antes dos maremotos cabais,

temporais de desejos emergem

em melodias do paraíso perdido

nas asas de uma borboleta azul.