Oito

Com meu passo torto

interropo o coito

da linha reta.

Tracejo um oito

seguindo o rito

da força centrípeta.

Estiro o corpo

pelo infinito

sem régua.

Atiro-me todo

sem receio do conflito,

sem nenhuma regra.

Qualquer medo, corto.

Qualquer silêncio, grito.

Pulo qualquer pedra.

Fico aqui absorto,

apreciando o que parecia mito,

saboreando essa sensação eterna.

Caio Augusto
Enviado por Caio Augusto em 31/01/2010
Código do texto: T2062177
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