LEMBRANÇAS

Encontro-me as vezes com a esperança

Pensando talvez na sua solidão

Garbosa árvore que não foge a lembrança

Os galhos esparramados sombreando a ilusão

Terra fértil explorada com a mão,

Um grito, um vaqueiro e volto a realidade

As lágrimas pouco a pouco rolam pelo chão

E o meu peito enche-se de saudade

Quanta terra morta de cansaço

Pisada, dragada, cortada pelos tratores

Não há casas, não há mais terraços

Só existe a fumaça dos motores!

Não vejo, também, no curral o gado

Nem as aves ciscando pelo chão

Vejo sim lá no canto um arado

Gritando pelo seu passado

Fazendo cortar o meu coração!

Gilberto Júnior
Enviado por Gilberto Júnior em 31/07/2006
Reeditado em 11/08/2006
Código do texto: T206343