A Casa abandonada XII Capítulo à Lua
Exausta, estagnada, cinzenta,
Nua,
Luz emprestada, débito,
Enamorada.
No vidente, sem futuro,
Todavia “verba”,
Ácido ribonocleico de palavra,
Aço duro coronário,
Reflexo, eco espelho.
Faz dias que a não vejo, parece que pressinto
Esse luarejo, num Japão estereotipado lutando
Por razão.
Essa lua é a parceira distinta,
Que não se lava com tinta, e continua no tempo.
Olho espacial do verso, que se lança em americano
Capacete, ver Marte e o espaço.
Mas vê deus com infravermelhos,
Que nós ternamente cínicos vamos cumprimentando.
O retrato da mulher, fica no marido,
Mesmo com o automóvel a lavar.
Aos putos faz-lhe as loucuras
Dos patos, pondo-os a voar,
Ficarás sempre aqui neste lugar,
No meu coração aberto,
Ficará escrito
Este capítulo lunar.