A Casa abandonada XII Capítulo à Lua

Exausta, estagnada, cinzenta,

Nua,

Luz emprestada, débito,

Enamorada.

No vidente, sem futuro,

Todavia “verba”,

Ácido ribonocleico de palavra,

Aço duro coronário,

Reflexo, eco espelho.

Faz dias que a não vejo, parece que pressinto

Esse luarejo, num Japão estereotipado lutando

Por razão.

Essa lua é a parceira distinta,

Que não se lava com tinta, e continua no tempo.

Olho espacial do verso, que se lança em americano

Capacete, ver Marte e o espaço.

Mas vê deus com infravermelhos,

Que nós ternamente cínicos vamos cumprimentando.

O retrato da mulher, fica no marido,

Mesmo com o automóvel a lavar.

Aos putos faz-lhe as loucuras

Dos patos, pondo-os a voar,

Ficarás sempre aqui neste lugar,

No meu coração aberto,

Ficará escrito

Este capítulo lunar.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 01/08/2006
Código do texto: T206506