O sentido

Tateio a sorte com meus olhos

E os agüento chorosos.

Enquanto a sombra mina

A cidade de brinquedo

Em ruínas de templos e templários

Em demolição .

Já não quero mais o mesmo tédio.

Desejo o impossível do meu cérebro,

Transponho medos e traumas

Espalhados nos telhados.

Revejo a mesma dor composta em silêncio

Como a inventora dos meus segredos.

Caminho em silêncio a cidade deserta,

Como se meus pés devorassem a tristeza.

E se o vento flagelasse meu rosto surpreso.

Esbarro nas portas dos lupanares fechados

Resto de copos e corpos pelo chão,

Cálices vazios nos botecos,

Vidas vazias diante da televisão,

Sangue escorrendo nas palavras,

Gritos vermelhos nos ouvidos,

A violência crescendo entre a gente

e uma flor morrendo na minha mão...