Não sei

A cada dia o espelho

dedo em riste afronta

as insistentes ru(s)gas

reflexos desejos mudos.

Os pés ancoram corpo na matur(a)idade

des_cansados, passos suados de andar

em sóis de meia-noite

ou suaves das nuvens no teu céu

de brigadeiro afoito.

Ando com os ânimos quimera

de_pressa corredeiras das águas

de março

cachoeiras cheias do teu olhar

mormaço.

Riachos levem-me sem pressa

de chegar .

Denúncia dos anos passados

corpo desanda, corre, corre

sem sair do trilho

remansos de águas claras

repouso entre terra_mar.

De sentir, coração moleque canta

sonatas santas

e, do beijo doce ainda recorda

lembranças tantas.

Não temo o perigo

nem a saudade

misturo o tempo no caldeirão

de bruxo/ mago

e_ternas porções.

Dos ingredientes

renasce, talvez, seja

a que mais me atrai.

Abro a caixa de Pandora

e deixo-me voar

sem asas.

Fátima Mota

01/02/10