Nas crateras do beijo e do silêncio

Se te pudesse prender a mim

por um dia,

ganhava a esperança e a tua alma.

Ganhava o tempo

e o mosto do vinho novo crepuscular

das crateras do beijo

perdido em explosões de imponderáveis

desejos.

E morreria contigo!

Morreria no espaço do teu corpo

desejado,

no silêncio da palavra no verbo

no verde da giesta e da urze

no campo de trigo.

Subiria os degraus do altar do teu peito

virgem com sabor ao leite

da vida

que cresce em ti como um lacre

como o testamento do teu corpo

fechado no segredo dum cofre.

O fermento do pão o mosto do vinho novo

as maravilhas da noite

o teu sorriso imenso derramado em mim

como um rio…

Os espasmos, os verdadeiros espasmos

do teu corpo vibrante

em segredo…

Morreria contigo!

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Poema 3. de "derribem do corpo as flores"

publicado no Jornal "Rostos"

Alvaro Giesta
Enviado por Alvaro Giesta em 04/02/2010
Reeditado em 04/02/2010
Código do texto: T2068854
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