Não sei que dizer-te

Lembras-te dos dias?...

- E das flores desses dias cor das amoras

que floriam o céu

sem perderem a cor prometida,

sem secarem,

sem lágrimas vertidas sem prazer

de chorarem.

- Lembras-te do vento desses dias

dessa aragem morna

que se levantava em risos de crianças

que corriam

e cresciam como as flores e a água?

- Não havia sombras

nem gritos abafados e reprimidos.

Só êxtase!

Até os bichos cresciam doutro modo

entre as flores de risos

e dos dias incendiados de alegria.

- Não havia coisas mortas...

O murmurar do mundo a tua face

o incêndio da tua voz

os teus cânticos e o eco que se repetia

nas encostas carregadas de fogo

e frescura de luz...

Até elas ficavam cegas com o sorriso

do teu cantar.

- Nelas viviam deuses

cheios de vida sem nada que os pudesse

acordar

do sono em que estavam mergulhados.

- Misturavam-se no murmúrio do dia

e das vozes da noite

certezas eternas:

a força do querer a eternidade

inteira

feitas de silêncios de pedra a florescer

no espaço desse jardim breve

como a nossa vida

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Poema 2. de "derribem do corpo as flores"

Alvaro Giesta
Enviado por Alvaro Giesta em 04/02/2010
Código do texto: T2068882
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