Não sei que dizer-te
Lembras-te dos dias?...
- E das flores desses dias cor das amoras
que floriam o céu
sem perderem a cor prometida,
sem secarem,
sem lágrimas vertidas sem prazer
de chorarem.
- Lembras-te do vento desses dias
dessa aragem morna
que se levantava em risos de crianças
que corriam
e cresciam como as flores e a água?
- Não havia sombras
nem gritos abafados e reprimidos.
Só êxtase!
Até os bichos cresciam doutro modo
entre as flores de risos
e dos dias incendiados de alegria.
- Não havia coisas mortas...
O murmurar do mundo a tua face
o incêndio da tua voz
os teus cânticos e o eco que se repetia
nas encostas carregadas de fogo
e frescura de luz...
Até elas ficavam cegas com o sorriso
do teu cantar.
- Nelas viviam deuses
cheios de vida sem nada que os pudesse
acordar
do sono em que estavam mergulhados.
- Misturavam-se no murmúrio do dia
e das vozes da noite
certezas eternas:
a força do querer a eternidade
inteira
feitas de silêncios de pedra a florescer
no espaço desse jardim breve
como a nossa vida
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Poema 2. de "derribem do corpo as flores"