FRÊMITO DE ASAS

Os olhos dela eram como um céu de verão

refletido nas águas quietas do rio,

rio da minha infância.

O aroma suave de seu corpo

fez recordar os cheiros,

algo perdido na memória dos dias passados.

Que fazer se havia perdido o frêmito de asas?

Só o espectro da morte ronda meus sonhos.

Percebo agora, ainda que tardio,

os aromas, as cores e os sons

que teimam emergir do emaranhado de formas.

José Luongo da Silveira
Enviado por José Luongo da Silveira em 01/08/2006
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