Desencontro em Jaraguá do Sul

Sinto frio e fome nesta rodoviária escura

Sozinho e desolado

Aguardando o momento em que tu entrarás por aquela porta

Inacessível menininha ruiva

Esperei em vão por ti

Entediado e desesperado

Embarquei desconsolado neste ônibus vazio

Insensível menininha ruiva

Achei que receberia ao menos um telefonema de desculpas

Esperançoso e iludido

Para ti valho menos que um cão sarnento

Ingrata menininha ruiva

Perdôo-te, pelo meu bem

Todos merecem uma segunda chance

Inclusive gurias de olhos verdes

Porém

Contudo

Entretanto

Creio que recusarias a tal da segunda chance

Se soubesses de minhas segundas intenções

Sou um homem de bem, acredite, repleto de nobres sentimentos

Vou-me embora desta cidade

Plenamente inconformado

Por não ter desfrutado novamente de tua graça e simpatia

E não ter dito a ti pela segunda vez

"Não vim aqui para dançar vanerão"

Seguido do beijo dado por um ébrio apaixonado

Pela vida e pelos encantos

De uma menininha ruiva

Curitiba, 31 de julho de 2006.