Eu, o papel e o lápis...

Alvo como a neve ele repousa a minha frente

Em silencio aguarda como uma sentinela real

Sinto-me tentado quando o vejo puro, sem macula

Meus pensamentos desencadeiam um frenesi quase incontrolável

Busco no canto de mesa, nas gavetas e caixas o meu alivio

Às vezes quebrado, às vezes sem ponta o pego apressado

Ferve dentro de mim o desejo de entregar ao que fui tentado

Meu olhar corre de um lado para o outro fingindo desinteresse

Meu coração parece pulsar na ponta dos dedos

As unhas ficam arroxeadas de tanta emoção

A relutante condição do querer se une ao poder quando me entrego

Com voracidade rompo o vazio de sua brancura

As letras vão se juntando umas nas outras

Os espaços, pontos, vírgulas e acentos se unem a festa

As palavras e frases saltam como uma explosão de fogos de artifício

O colorido das emoções alegra as estrofes

Por fim, a assinatura, preenchida como a derradeira gota da chuva

A satisfação de dever cumprido é o alivio da alma

Mais uma vez entreguei tudo que tinha

Ao menos, por enquanto...

Heavy

Heavy
Enviado por Heavy em 10/02/2010
Código do texto: T2080276
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