CARNEIRINHOS...

Francisco Miguel de Moura*

Enquanto eu saio,

Não há manhã,

Porque a manhã é bela.

E hoje não é sábado,

E sábado não tem noite,

E noite não tem praia.

Então, me deito, de olhos escuros

A cantar o nada e o ninguém,

E a contar o vazio e o nada

Assim, assim:

- Um carneirinho, dois, três...

até o fim que não existe.

_______________

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina, PI, Brasil