Poema à mulher da bunda grande

quando não és

enches a rua de incertezas

e nem meu peito acha

de te perder na consciência

és uma crise

alheia a vãos desejos

e a exata incompreensão

do que eu nem vejo

porque a lúdica simetria

de tua glútea paisagem

enseja a exata proporção

de todas as miragens

e nesse escândalo de carnes

que transitas na avenida

nada do que é intransitivo

cabe em tal medida

e o ritmo em que incendeias

todas as vias e todas as veias

constrange a compreensão

de que nem és sereia