Flauta Mágica

Flauta Mágica

O som da fluta invade o espaço,

Tudo é longe, árido e quente,

E a história invade a mente,

O meu passo seguiu no trilho não documentado,

E a vida, tudo são retalhos, tudo são pedaços,

Fica o vazio na minha frente,

Não é o abismo, não é o sorriso,

É tudo um pouco do nada,

Com que parti,

Tudo ficou lá atrás,

Minhas fotos, minha almofada,

Meu sangue, que se perdeu nas veias,

Tanto mar perdi, tantas luas cheias,

Larguei da terra que me viu nascer,

E aos poucos cair, cair até desfalecer!

O dedo acusador,

Não é miragem, é dor,

De quem não compreende,

Não sabe, nada faz,

E incomoda a minha mente.

Um solo da flauta acompanhado da arpa,

Faz doer quando se instala na carne,

Como uma lenta espada, como uma farpa.

Sorrisos vãos que esmorecem,

Quando ergo o braços ao céu,

Sou apenas o pó, aqui é só a passagem,

O caminho estreito,

Que me leva a esquecer a vida,

E o corpo cansado,

Adormeçe estendido no meu leito.

Nenúfar 13/2/2010