Engrenagens

De olhos vendados

Comprei seu amor

Naquela ocasião

Acabei vendido

Por uma emoção

Hoje penso, tal como rezo

Se reflito, não meço

Quando paro, eu peço

E mesmo sem ser atentido

Sem receber nem um sorriso

Acabo ganhando tudo que preciso

Há muros entre nós

Me arremesso

Há abismos entre nós

Me precipito

Por isso te amo tanto

Por isso que sonho

Com planetas

Que só existem dentro de mim

Caindo na terra

Banhando tudo de luz

Desenhando nossa sombra

Na areia da praia deserta

E quanto mais tu apertas

Meu coração

Mais poesia escorre

Numa felicidade transparente

Que não morre

Sigo jogando fumaça

Sobre anjos e máquinas.

Ricardo Villa Verde
Enviado por Ricardo Villa Verde em 17/02/2010
Reeditado em 19/02/2010
Código do texto: T2090770