LOBO DA ESTEPE

Na rua deserta de frio e vento uivante,

o homem triste fita o céu,

tentando encontrar nas estrelas

alento pra sua alma... Ungüento pra sua dor...

Logo desiste e segue a passos lentos

para a taberna de luz fosca e gente sombria...

Um brinde aos deserdados do mundo!

Aquece nos goles traçados ligeiro,

o seu coração solitário...

Uiva o desconsolo de um mundo infame,

de uma sociedade perversa,

tal qual um lobo da estepe,

enquanto a madrugada chega,

indiferente aos deserdados sem amanhã...

Vencido de tragos e cansaço,

trôpego, segue o seu calvário solitário

por bielas escuras...

Busca alcançar seu refúgio,

revirado de mofo e abandono,

Onde a velha cama,

amiga fiel de seu infortúnio,

embala seu sono agitado,

descansa sua dor sem fim...

Cosme Belizário
Enviado por Cosme Belizário em 04/08/2006
Reeditado em 04/08/2006
Código do texto: T209254