restos de mim

palidez da noite

e o brilho falso de um riso incontido

são as marcas de tudo aquilo que criaste em mim

já não sustento as mesmas virtudes

imploro por perdões que se incrustraram

na trama de tua negra existência

cheio de indiferentes mágoas

estendo os braços ao vazio

toco o infinito dos mágicos templos

e rezo em nome de um deus

austero

irreverente

e soberbo

consolador da desesperadora lâmina

que fere a nesga do meu acalanto

ante a miséria de rudes passos

o caminho ainda reluz

pois no buraco negro de mim mesmo

respinga a certeza

de necessitar seguindo... seguindo...

Marco Carneiro
Enviado por Marco Carneiro em 04/08/2006
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