Que demora!
Deixei as malas lá na porta
E da janela espio a estrada
Já estou ficando até torta
Espreitando sua chegada
Cada carro, cada poeirão
Esfrego as mãos e fico aflita
Estatelo os olhos no chão
Prenunciando uma desdita
Está me dando comichão
Essa espera ansiosa
De ir balançando no busão
Ou na boléia toda prosa
Um quarto de hora já se passou
A água do café na chaleira secou
Veja que a lua despencou inteira
Sobre a minha cumieira
Chega logo seu tagarela
Ou eu me canso e vou ver a novela