A coisa em mim

Hibrida como só ela sabe

Ser, num ir e vir que não sacia

Essa dor em poesia,

E da boca que se escarra

O beijo tácito, a coisa em mim

Faz algazarra, traz o motim,

Ela mesma me cospe a cara.

Ela revela e se revela

Quando em minha garganta

Arranha. Não se cala,

Sai e vomita.

E em seu largo espaço

Eu, poeta: me refaço.

Jamais a fiz,

Ela é quem me diz.