Desisto !

Desisto de colher estrelas

no céu da minha ilusão

De vestir os dias de fantasias

para enganar o trôpego coração

Desisto de fazer sorrir as flores

Que morram como os falsos amores

afogadas no arquipélago da dor

pelas turbulências da paixão

Desisto de beijar a boca da poesia

de acordar os versos da letargia

que por simples rebeldia

pisou nos prostituídos sonhos

Desisto de sentir o perfume da saudade

que por pura maldade

fez defunto os meus dias

cobrindo-me com o véu do sofrer

Recolho-me aos prostíbulos da solidão

sem nenhum medo de padecer

Rezo o terço da libertação

Grito para vida: quero o gozo do viver!

Recife -PE

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Zena Maciel
Enviado por Zena Maciel em 05/08/2006
Código do texto: T210074